

Ancestralidade e Novas Narrativas
O Coletivo Cultural Ibomin: Cultura, Ancestralidade e Cooperativismo Negro - antes denominado Associação Ilê Ibomin - é uma ação coletiva que nasce espontaneamente a partir do contexto de formação do terreiro de candomblé de nação Ketu - o Ilê Axé Odé Yeyê Ibomin. Nosso terreiro, criado oficialmente em 2006, mas com atuação muito anterior a isso, tem como sacerdotisa Odalice do Carmo, uma jovem negra, iniciada no candomblé ainda no início da adolescência e que, por isso, assumiu o sacerdócio ainda na juventude, com cerca de 25 anos.
Essa conjuntura fez com que muitos/as jovens se aproximassem do terreiro, formando uma comunidade religiosa predominantemente juvenil, muitos desses universitários ou já formados no ensino superior em áreas do conhecimento como: ciências sociais, comunicação, pedagogia, história, fonoaudiologia, artes, etc. Além disso, muitos desses/as jovens já eram vinculados a movimentos sociais e/ou culturais como hip-hop, movimento negro, movimentos populares, etc.
Com esse perfil, a comunidade do terreiro passou a provocar-se no sentido de juntar as habilidades de cada membro para dar sentido às práticas religiosas. Foi assim que o coletivo nasceu.
Em 2015 o coletivo participou do Prêmio Nacional Pontos de Mídia Livre na categoria estadual, ficando em 10e lugar entre os inscritos em todo o Brasil. Desse modo, o coletivo foi contemplado com o prêmio no valor de R$ 40.000,00 (Quarenta Mil Reais), investidos em suas ações de arte, cultura e comunicação. Com esse recurso, o Coletivo estruturou suas ações, inaugurando a Biblioteca Comunitária Girassol.
Em 2016, o coletivo participou dos editais setoriais do Fundo de Cultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, tendo sido agraciado por um apoio direito, através do projeto Cine Ibomin, e um indireto, através do Projeto Letras D'África: incentivo à leitura na comunidade negra de Portão - Lauro de Freitas, Bahia.
Em 2017 participamos de outros editais. No Calendário das Artes, da Secretaria de Cultural do Estado da Bahia, fomos contemplados com o Projeto Ancestralidade e Novas Narrativas: a iconografia do candomblé na estética do grafitte. No Prêmio de Cultura Popular Leandro Gomes de Barros, do Ministério da Cultura, alcançamos a nota máxima, sendo premiados entre os primeiros colocados. Já em 2018 fomos selecionados no Edital Arte Todo Dia da Fundação Gregório de Matos, com o Projeto Ancestralidade e Novas Narrativas. Em 2019, o Projeto Cine Ibomin voltou a ser selecionado nos setoriais de apoio a Grupos e Coletivos Culturais da SECULT.
Em 2020 foi a vez dos editais da Lei Aldir Blanc. Nesta oportunidade, o Coletivo foi contemplado em 03 projetos: Por Essas Linhas de Cá, voltado a jovens escritores e escritoras negros e negras e que resultou no livro coletânea de mesmo nome; Pra Ensinar meus Camaradas, que levou livros afrocentrados às residências de crianças negras da Região Metropolitana de Salvador e; Ancestralidade e Novas Narrativas -a iconografia do candomblé na estética do graffiti, nesta 3ª edição realizado em formato híbrido (presencial e on-line).